8 de julho de 2011

Futuro do Subjuntivo.

Nada no mundo me deixa mais frustrado e mais inconsólavel do que não acertar. São horas me martirizando, reconstituindo a cena, refazendo o momento exato do não acerto e imaginando como a vida seria muito melhor e eu seria muito mais feliz se não tivesse errado.
Na verdade, só existe uma coisa pior do que errar: errar de novo. Errar múltiplas vezes. Errar pra cacete. E eu já errei pra cacete.
Hoje, por exemplo, eu errei uma conjugação verbal. Três vezes. E eu me odeio por isso. Vezes três. Porque esse é meu ofício. Eu posso errar a conta do boteco (quando eu for a um) - especialmente se eu estiver bêbado, o que geralmente acontece quando se está num boteco -, mas errar conjugação verbal é inaceitável.
É por isso que eu nunca levantava a mão para responder as perguntas dos professores. E ficava indignado quando o Yelrad(nome ficticio) me ouvia balbuciar a resposta e repetia em voz alta, como se ele fosse muito inteligente. Maldito Yelrad.
O dia em que eu levantei o braço e dei a resposta mais equivocada do mundo foi o dia em que eu decidi nunca mais arriscar. Estaria mudo, mas nunca errado.
A mesma lógica se aplica aos meus relacionamentos afetivos. Depois de vários fracassos retumbantes, decidi ser mais do que mudo. Virei um imenso bloco de concreto que não erra, e também não quebra.
O problema é que sempre haverá um Yelrad ao lado, pronto para dar a resposta por você. E ele não terá medo de errar. Vai levantar o braço e berrar para a sala inteira ouvir. Malditos Yelrads. Enquanto eu estiver frustrado e inconsolável, eles estarão equivocados e infinitamente mais felizes.

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